A aposta do Liverpool em um jovem talento brasileiro chamado Philippe Coutinho foi recompensada de forma extraordinária no distante ano de 2013. O clube não tinha, e ainda hoje não possui, o hábito de oferecer muitas oportunidades a jogadores sul-americanos em fase de desenvolvimento. É verdade que Coutinho não chegou diretamente do Brasil naquela ocasião, uma vez que a sua carreira europeia não havia decolado como esperado durante a sua passagem pela Inter de Milão, após uma transferência do Vasco da Gama. Num momento de certa instabilidade desportiva, os Reds identificaram uma oportunidade de ouro e investiram pouco mais de oito milhões de libras para assegurar os serviços de Coutinho. Após cinco temporadas e cinquenta e quatro golos marcados, o Liverpool concretizou um lucro astronómico de cento e trinta e quatro milhões de libras com a sua venda para o Barcelona.

O Exemplo de Coutinho como Referência para o Futuro
A experiência positiva de ter confiado numa joia brasileira relativamente desconhecida no cenário europeu mostrou-se extremamente lucrativa para a direção do Liverpool. A estratégia de recrutamento, no entanto, tem sido cautelosa em replicar esse caminho específico desde então. A relutância em seguir a mesma fórmula com outros talentos provenientes da América do Sul torna o recente comentário de Coutinho ainda mais significativo. O camisa dez, que conhece bem o percurso desafiador de se adaptar ao futebol europeu e às exigências da Premier League, concedeu a sua aprovação pública a um talento emergente considerado “raro” no seu país de origem. Este endosso direto de uma figura com o peso e a história de Coutinho junto do clube não pode ser ignorado. O seu testemunho funciona como um poderoso aval, sugerindo que o jogador em questão possui qualidades excecionais que justificam uma atenção redobrada. O mercado de transferências é repleto de incertezas, mas a palavra de quem já viveu o sucesso em Anfield carrega um peso considerável. A lição deixada por Coutinho permanece viva na memória do clube: algumas apostas calculadas em talento bruto brasileiro, mesmo que inicialmente discreto, podem gerar retornos históricos, tanto em campo como financeiramente. Esta nova especulação, agora legitimada pela opinião do ídolo, reacende o debate sobre a possibilidade de os Reds voltarem a explorar um filão que lhes foi tão produtivo no passado.